
Poucas são as coisas que ao longo da vida não se vão modificando, e na PHDA não é exceção. Tal como acontece noutras perturbações de neurodesenvolvimento, ao longo da vida as nossas competências vão-se desenvolvendo. As nossas características aos 4 anos não serão as mesmas que aos 34. Apesar de na idade adulta as manifestações serem, por norma, menores, isso não significa que em situações mais exigentes as mesmas não se voltem a revelar.
A ideia da criança com hiperatividade começa às vezes até antes da mesma nascer. Algumas das crianças que no futuro poderão apresentar um quadro de PHDA podem ter perturbações de sono, mas é extremamente importante ter em conta que se a criança tiver uma série de sinais mas dormir bem, o diagnóstico não deve ser excluído por causa do fator dos sonos. Falamos apenas de probabilidades.
Um diagnóstico de PHDA é mais comum surgir após a entrada no 1ºciclo, perto dos 6 anos, e raramente antes disso, o que não significa que não existam sinais. É muito comum encontrar crianças que segundo os pais "não andam, só correm", trepam sofás e móveis, mas não significa que esse excesso de agitação não possa diminuir até à idade escolar. Na primeira infância é muito comum que esta hiperatividade seja característica de uma PEA, que com o passar do tempo torna evidentes outros sinais desta última perturbação até à data impercetíveis.
É nesta fase académica que se tornam mais visíveis as crianças com sinais de alerta para uma PHDA. É nesta altura que as responsabilidades aumentam, organizar o material escolar, estar muito tempo sentado ou permanecer atento a uma atividade de alta exigência mental, podem ser muito desafiantes. Podemos encontrar crianças mais agitadas, que falam com o colega de trás, que se distraem com todos os ruídos ou estímulos visuais, mas também crianças que, apesar de mais tranquilas, necessitam de um estímulo para permanecer focadas na atividade.
Assim vemos crianças que podem ter muita agitação motora ou uma alta dificuldade de concentração, mas podemos também encontrar outras com alterações apenas moderadas, o que pode assim dificultar o seu diagnóstico. Muitas vezes as crianças já iniciam a primária, com uma nota de rodapé vinda da educadora, que alerta para possibilidade de uma existência de PHDA. Frequentemente a ajuda só é procurada, pelos pais, na entrada do 1º ciclo, pois só aqui começam a ver de forma mais evidente estas alterações. Como em todas as perturbações, a intervenção deve ser feita o mais precocemente possível para ajudar a criança na vida escolar e social.
Se acha que a criança apresenta alguns sinais de alerta, procure ajuda profissional. Converse com o pediatra expressando as suas preocupações. Mesmo uma criança que já tenha um diagnóstico, não invalida a possível presença de uma perturbação de hiperatividade e défice de atenção, pois pode existir a possibilidade de comorbilidades. Peça ajuda. A intervenção precoce fará diferença na vida do seu filho, aluno ou amigo.
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